Maria Bethânia e Cleonice Berardinelli se encontram na FLIP em mesa sobre Pessoa

Maria Bethânia e Cleonice Berardinelli se encontram na FLIP em mesa sobre Pessoa. Premiadas pela Casa Fernando Pessoa, de Lisboa, a cantora e a especialista na vida e obra do maior poeta português preparam homenagem.
Movidas pelo mesmo entusiasmo pela poesia de Fernando Pessoa, a cantora Maria Bethânia e a professora Cleonice Berardinelli, membro da Academia Brasileira de Letras, subirão juntas ao palco da Flip -Festa Literária Internacional de Paraty-, que acontecerá entre os dias 3 e 7 de julho, para homenagear o poeta português.
Professora emérita da UFRJ e da PUC-Rio, Cleonice, 96 anos, soma mais de cinco décadas dedicada ao estudo do poeta. Em 2012, lançou Fernando Pessoa – Antologia Poética, prestigiada coletânea que abrange quase 20 anos de produção do autor e seus principais heterônimos (Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis). Tida como a maior lusitanista brasileira, “dona Cléo”, como é conhecida, é autora também de Fernando Pessoa: outra vez te revejo e de uma série de estudos sobre Camões, Bocage e Gil Vicente.
A relação de Bethânia com os versos de Pessoa é igualmente intensa. Em 1971, a cantora impactou o público com seu show Rosa dos Ventos. Transformado em disco ao vivo, o espetáculo intercalava canções e poemas – três deles de Pessoa – numa mistura que se tornaria uma espécie de marca registrada da artista de Santo Amaro da Purificação. Posteriormente, em álbuns como Drama (1972), Pássaro da Manhã (1977) ou Imitação da Vida (1997) ela voltaria ao poeta, declamando trechos do Livro do Desassossego, versos do poeta ou de seus heterônimos, ajudando a difundir e popularizar obras tão célebres como “Todas as cartas de amor são ridículas”.
Seu álbum mais recente, Oasis de Bethânia, lançado em 2012, vem recheado de homenagens a Portugal, com uma faixa dedicada ao fado, e a interpretação de Não sei quantas almas tenho, de Pessoa. “Tenho um elo forte com a poesia de Fernando Pessoa, que é o poeta de minha vida”, afirma a cantora. No ano passado, ela viajou pelo Brasil com seu espetáculo mais recente, Maria Bethânia e as palavras. “Eu chamo essa leitura de exercício de delicadeza. No tempo de hoje, alguém querer ouvir poesia é bem difícil.”
Em 2010, Bethânia e Cleonice receberam da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, a “Medalha do Desassossego”, destinada a quem presta serviços relevantes na divulgação do autor. Grandes amigas, as duas estiveram juntas também no lançamento da Antologia de Cleonice, evento em que Bethânia cantou e declamou alguns versos. O reencontro na Flip promete ser especialíssimo.

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